Media Training 4.0 e LinkedIn: "o apego ao passado é o maior desafio de jornalistas". Entrevista com Silvia Matos
Silvia trabalha há 20 anos como assessora de Comunicação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em paralelo ao CLT, ela se dedica a projetos que reforçam seu principal talento: conectar pessoas. Ela montou um clube feminino de negócios e faz estudos aprofundados sobre o LinkedIn.
A jornalista nos conta como nasceu a iniciativa do grupo, dá dicas certeiras para usar o LinkedIn e opina sobre o mercado cada vez mais digital.
Importante dizer que essa entrevista com a Silvia foi realizada para uma matéria que será publicada em maio no portal da Rede Internacional de Jornalistas (IJNET). Lá vai…
Silvia, como surgiu a ideia do Chama pra Negócio?
Desde 2017, após um longo período de acomodação profissional e com o boom das redes sociais, comecei a me atualizar em conteúdos de comunicação e Marketing. Como trabalho num centro inovador, empreendedor e de tecnologia, sou motivada diariamente a olhar para essas áreas. Com o tempo de trabalho numa instituição educacional, identifiquei que a minha característica profissional é conectar pessoas. Mas o que fazer com esse “talento”? Foi quando tive a ideia de reunir mulheres para falar de negócios. Nasceu o Chama Pra Negócio.
Uma das suas competências é a habilidade de comunicação assertiva no LinkedIn. Como surgiu o interesse pela plataforma?
Eu tinha curiosidade de conhecer melhor a plataforma porque é diferente das outras e me parecia o ambiente adequado para novas conexões. Comecei a estudar a rede social, fiz cursos, me conectei com pessoas, construí uma rede sólida de amizades de forma virtual e entendi as nuances de funcionamento do Linkedin.
Qual é a importância do LinkedIn hoje para profissionais serem vistos no mercado?
O Linkedin oferece a oportunidade de mostrar competências consolidadas ao longo da trajetória profissional. Ele te coloca em movimento num processo constante de conexão e aprendizagem. É preciso criar conteúdo e se destacar. Para mim, o Linkedin é também meu diário público, o lugar onde coloco minhas reflexões e percepções. Como todo escritor quer ser lido e visto, lá também é onde você constrói uma audiência.
Mas a lógica de funcionamento do algoritmo da plataforma é diferente das outras. É preciso:
- produzir conteúdo
- consumindo conteúdo com leituras, likes e comentários
- colaborar com debates
- aceitar conexões
- preencher corretamente o perfil com foto, capa, descrição de atividades e competências profissionais
- entender que o Linkedin é um espaço povoado por 1 bilhão de pessoas no mundo com diversas oportunidades
A área de media training evoluiu ao ponto de envolver as redes sociais e se expandir para um público maior. Seria uma media training 4.0? Você acredita que a dedicação à área é uma alternativa para jornalistas?
Media training é para qualquer pessoa que escolheu ter um perfil profissional nas plataformas digitais. É também uma oportunidade para jornalistas construírem espaços autorais, sem ficar refém de um veículo de comunicação. Eles podem orientar sobre como escrever um texto e se posicionar para construir autoridade. Esse é mais um caminho de atuação profissional com reconhecimento de valor e remuneração para nós, jornalistas.
“O Jornalismo não vai acabar, as notícias vão sempre existir, mas os meios mudaram e agora temos mais possibilidades de dar vazão ao que conseguimos fazer com senso crítico, ponderações e compromisso com a verdade.”
No geral, o perfil profissional do jornalista já atende aos requisitos. Mas o apego a um passado que não volta mais, como opiniões equivocadas com relação à vendas e anúncios, por exemplo, são sabotadores na ocupação desses espaços. Olhar para o mercado com olhos de empreendedor das suas habilidades e não achar que estar “traindo” a verdade com a sua oferta já nos ajuda muito.
Você tem alguma dica para o jornalista que gostaria de servir mais as pessoas com habilidades de comunicação?
O primeiro passo é refletir sobre as suas crenças e reconhecer a necessidade de mudar o seu modelo mental para acompanhar as mudanças do mundo. A tecnologia veio para nos servir e nunca deixaremos de ser humanos. Essa condição é inegociável. Quando a gente desconstrói o que é aprendido no passado e dá espaço para o novo, a gente vai desbravando um novo mundo possível e encontrando o caminho que melhor funciona.
Curtiu? Para conversar com Silvia, aqui vai o perfil do Instagram do Chama pra Negócio. Vamos nos conectar!