Media Training 4.0 e LinkedIn: "o apego ao passado é o maior desafio de jornalistas". Entrevista com Silvia Matos

Verônica Machado
3 min readApr 23, 2024

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Jornalista Silvia Matos. Crédito: Laura Oliveira

Silvia trabalha há 20 anos como assessora de Comunicação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em paralelo ao CLT, ela se dedica a projetos que reforçam seu principal talento: conectar pessoas. Ela montou um clube feminino de negócios e faz estudos aprofundados sobre o LinkedIn.

A jornalista nos conta como nasceu a iniciativa do grupo, dá dicas certeiras para usar o LinkedIn e opina sobre o mercado cada vez mais digital.

Importante dizer que essa entrevista com a Silvia foi realizada para uma matéria que será publicada em maio no portal da Rede Internacional de Jornalistas (IJNET). Lá vai…

Silvia, como surgiu a ideia do Chama pra Negócio?

Desde 2017, após um longo período de acomodação profissional e com o boom das redes sociais, comecei a me atualizar em conteúdos de comunicação e Marketing. Como trabalho num centro inovador, empreendedor e de tecnologia, sou motivada diariamente a olhar para essas áreas. Com o tempo de trabalho numa instituição educacional, identifiquei que a minha característica profissional é conectar pessoas. Mas o que fazer com esse “talento”? Foi quando tive a ideia de reunir mulheres para falar de negócios. Nasceu o Chama Pra Negócio.

Uma das suas competências é a habilidade de comunicação assertiva no LinkedIn. Como surgiu o interesse pela plataforma?

Eu tinha curiosidade de conhecer melhor a plataforma porque é diferente das outras e me parecia o ambiente adequado para novas conexões. Comecei a estudar a rede social, fiz cursos, me conectei com pessoas, construí uma rede sólida de amizades de forma virtual e entendi as nuances de funcionamento do Linkedin.

Qual é a importância do LinkedIn hoje para profissionais serem vistos no mercado?

O Linkedin oferece a oportunidade de mostrar competências consolidadas ao longo da trajetória profissional. Ele te coloca em movimento num processo constante de conexão e aprendizagem. É preciso criar conteúdo e se destacar. Para mim, o Linkedin é também meu diário público, o lugar onde coloco minhas reflexões e percepções. Como todo escritor quer ser lido e visto, lá também é onde você constrói uma audiência.

Mas a lógica de funcionamento do algoritmo da plataforma é diferente das outras. É preciso:

  • produzir conteúdo
  • consumindo conteúdo com leituras, likes e comentários
  • colaborar com debates
  • aceitar conexões
  • preencher corretamente o perfil com foto, capa, descrição de atividades e competências profissionais
  • entender que o Linkedin é um espaço povoado por 1 bilhão de pessoas no mundo com diversas oportunidades

A área de media training evoluiu ao ponto de envolver as redes sociais e se expandir para um público maior. Seria uma media training 4.0? Você acredita que a dedicação à área é uma alternativa para jornalistas?

Media training é para qualquer pessoa que escolheu ter um perfil profissional nas plataformas digitais. É também uma oportunidade para jornalistas construírem espaços autorais, sem ficar refém de um veículo de comunicação. Eles podem orientar sobre como escrever um texto e se posicionar para construir autoridade. Esse é mais um caminho de atuação profissional com reconhecimento de valor e remuneração para nós, jornalistas.

“O Jornalismo não vai acabar, as notícias vão sempre existir, mas os meios mudaram e agora temos mais possibilidades de dar vazão ao que conseguimos fazer com senso crítico, ponderações e compromisso com a verdade.”

No geral, o perfil profissional do jornalista já atende aos requisitos. Mas o apego a um passado que não volta mais, como opiniões equivocadas com relação à vendas e anúncios, por exemplo, são sabotadores na ocupação desses espaços. Olhar para o mercado com olhos de empreendedor das suas habilidades e não achar que estar “traindo” a verdade com a sua oferta já nos ajuda muito.

Você tem alguma dica para o jornalista que gostaria de servir mais as pessoas com habilidades de comunicação?

O primeiro passo é refletir sobre as suas crenças e reconhecer a necessidade de mudar o seu modelo mental para acompanhar as mudanças do mundo. A tecnologia veio para nos servir e nunca deixaremos de ser humanos. Essa condição é inegociável. Quando a gente desconstrói o que é aprendido no passado e dá espaço para o novo, a gente vai desbravando um novo mundo possível e encontrando o caminho que melhor funciona.

Curtiu? Para conversar com Silvia, aqui vai o perfil do Instagram do Chama pra Negócio. Vamos nos conectar!

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Verônica Machado

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